domingo, 8 de fevereiro de 2009

Travesseiro

Passaram das duas da manhã, e eu já não sei em qual travesseiro me afogar. Afundar minha cabeça não seria uma saída de mestre. E o calor desse verão escaldante não me deixa inquietar. Se eu chorar, vou coçar meus olhos sem parar, até eles ficarem enormes e vermelhos. Se eu prender o choro, vou alimentar a ignorância de estimação que tenho dentro de mim. Sim, sou fraca, sou inerte, sou um bando de carne com um cérebro e um coração ocupado. Talvez eu seja uma dessas meninas perdidas, em algum lugar desconhecido, que não quer saber de onde veio e nem pra onde vai. Posso não estar preparada, e o tempo me atravessaria como agulhas envenenadas. Agora, o medo não conta. E a vontade, que eu queria descartar, fala alto, grita, berra dentro de mim. Posso berrar junto, mas isso só mostraria o quanto retrocedi. Posso então, simplesmente, estacionar. Como tudo que parou desde quando meus pensamentos engarrafaram. Mas nenhuma dessas opções me devolveria o mesmo sorriso. Desde quando vivo de coisas que já passaram, o travesseiro, realmente, parece ser meu melhor abrigo.

Karla Moreno

2 comentários:

Cáh disse...

oiii Ka...
a primeira coisa que me intrigou foi seu perfil [ eu acredito em horóscopo] porque eu tbm acredito, e confesso que isso me intriga porque eu leio todos os dias... e em segundo lugar, este trecho do seu texto [Sim, sou fraca, sou inerte, sou um bando de carne com um cérebro e um coração ocupado.] me intrigou tanto qto o horóscopo, pq tbm acredito nisso =]


me visite qdo quiser, será bem vinda... beijosss

A Madrasta Má disse...

Olá minha querida.... que travesseiro o q? se jogaaaaaaaa, fique louuuuuuuucaaaaa, ao invés de afundar no travesseiro faça uma guerra de travesseiros, pode ser com qualquer um, de vez em quendo faço com meu gato (animal!) kkkkkkk super engraçado! Não a deprê.... bjinhos da Madrasta!