A melhor parte de mim

Olha, como as coisas são loucas...

Não sou eu não (ainda), são as coisas mesmo!

Nada se encaixa, nada se explica, mas tudo acontece. Eu, que me dano! E ainda ouço: errar é humano. Pois é, é tão humano que daqui a pouco acertar vira desumano. Não pesa na consciência. Não te tira o sono. Nem te coça os nervos. Mas suplico que não me aches insana, masoquista. Pois não, isso eu não sou. Posso ser uma sensível exagerada, com alguns problemas abstratos, mas nada que o tempo não resolva. Com alguns pensamentos desorganizados, mas nada que uma reflexão não solucione. Porém, ainda posso sentir que a melhor parte de mim é a parte incomum, a parte que chora e ri ao mesmo tempo, a parte que se entrega com vontade, a parte que não tem medo de sentir medo, de ser intensa nas palavras, gestos e até nos mínimos detalhes. A parte que se cala e grita, que fecha os olhos e enxerga tudo, que caminha devagar e chega em qualquer lugar. É a parte que não consegue esconder uma dor, e às vezes declarar uma felicidade. É a parte que eu mais gosto e menos entendo. A parte que eu vejo vários inícios e poucos meios pra um fim.

Porque mesmo que eu tente, um coração impulsivo, uma mente acelerada, e um corpo carente, jamais deixarão de fazer parte da melhor parte de mim.

Karla Moreno