segunda-feira, 14 de junho de 2010

O frio vai passar

Hoje, está frio. Lá fora está quase impossível de ficar, mas aqui dentro você não faz idéia de como estou congelando. A temperatura baixou, na velocidade que suas palavras tocaram meu coração. Sim, foi direto pra perto dele, porque é onde você também fica. E nesse encontro, me perdi. Escureceu tudo, inundei naquilo que chamam de lágrimas, e mais parece um riozinho que corre e depois seca num silêncio ensurdecedor. As palavras disseram, mas não explicaram o que eu queria. Minhas perguntas foram vãs, ao lento, só as paredes ouviram. No meu desabafo você se fez presente e tudo mudou: bem que eu não me sentia bem, pensei. Meu rosto molhado, o seu vazio, meu corpo fraco e você parado. Mais frio parecia você. Como eu queria não ter que escrever, mas tiraram essa barreira, e agora é o que me resta pra ter um pouco de sossego nessa noite fria de segunda-feira. Uma voz diz, acorda. Mas outra sussurra, vai dormir. Eu queria saber o que fazer, mas a única coisa que me lembro é que meus dedos estão pálidos. Assim como tudo que eu sempre esperei. E eu, não sei como, sempre achei tudo tão simples. Me diz você: Não é simples? Porque eu não sou melhor do que ninguém pra saber disso! Claro! A verdade é que eu sempre soube. Desde quando eu girei o meu mundo no seu ritmo, parei tudo pra te alcançar, tive pesadelos que me tiraram o sono e me deixaram com medo, muito medo. Eu que pensava que sabia alguma coisa sobre sentimentos me vi sem palavras perto do que você me proporcionava. Mudei conceitos, defeitos. Procurei ser o tal do encaixe perfeito. Mesmo estando longe de ser perfeita. O que é bem difícil. Me senti insuficiente, me moldei de várias formas por um sorriso seu, um só. Te estudei e aprendi que você é o cara que me ganha com um sorriso e três palavras. Você tem a cicatriz mais sexy no lábio, e os lábios mais sexys do mundo. Você tem quatro tipos de sorriso, o primeiro é aquele tímido, silencioso, o segundo é aquele que solta sempre que está nervoso, o terceiro é quando acha graça e não consegue mais parar, e o quarto é o meu preferido, aquele que me mostra sempre que vai embora. Você é o cara que me faz pensar duas vezes antes de fazer qualquer coisa. Me faz perder o fôlego com qualquer abraço apertado. Você é o que eu nunca acreditei existir. É o amor que eu estudei do início ao fim. E não parei por aí, eu briguei com as minhas prórias falhas, só pra não ver você chorar. Lutei contra as minhas próprias armas, pra não te fazer sangrar. Abri as portas do meu coração e fiz questão de sorrir vendo você entrar. Mas não sei o que houve. Não sei como as coisas conseguem sair do lugar. Criei expectativas pensando em você. Mudei meus planos pensando em nós dois. E cadê o "eu"? Deve ter ficado perdido no meio de alguma parte que eu perdi.
Queria muito saber o que fazer agora, e não me canso de pedir à Deus que amanhã chegue logo. Mas hoje a noite continua fria, e as música que ouço não estão conseguindo me alegrar.

Você foi embora e deixou suas palavras na cama do meu quarto. Os pingos já secaram no piso do meio. Seu cheiro continua no meu casaco. E eu permaneço aqui, acreditando que esse frio vai passar.

Karla Moreno

Um comentário:

Cáh disse...

Primeiramente, espero que tenha dormido!

Posso tentar* dizer qualquer coisa... mas se eu for dizer, farei a pior coisa que existe, a análise da dor ao lado.

Escrever é entregar a vida toda, os sentidos, na ponta do dedo. Imagino o frio que tudo isso lhe causou... Imagino a dor que tudo isso te custou!


Um beijo.... Um bom dia !